“Vamos privilegiar cada vez mais a mulher”A- A+ 01.03.2011

Uma política de reajuste do benefício do ‘Bolsa Família’ que tenha um percentual maior sobre a parcela referente a quantidade de filhos. Assim a presidenta Dilma Rousseff explicou os objetivos de aumentar a renda daquelas famílias mais numerosas em entrevista à apresentadora Ana Maria Braga, ao programa ‘Mais Você’, levado ao ar na manhã desta terça-feira (1º/3), na TV Globo. A participação da presidenta Dilma, gravada no dia anterior no Projac, no bairro de Jacarepaguá, no Rio, permite ao cidadão conhecer alguns detalhes da vida pessoal da presidenta, como seus gostos pela literatura e pelas obras de arte. A entrevista durou pouco mais de 90 minutos.

“Nós ainda temos uma desigualdade muito grande. Você sabe que a pobreza, no Brasil, tem cara. Tem cara, sexo e a pobreza também tem origem. Então, a pobreza, ela é muito feminina, está ligada à mulher e à criança e, geralmente ela se concentra em algumas regiões do Brasil mais que em outras: Norte, Nordeste. E várias outras regiões espalhadas pelo Brasil, inclusive, em São Paulo, aqui no Rio e em outros estados: Rio Grande do Sul. O que nós fizemos? Já na época do Presidente Lula foi feito o Bolsa Família. O Bolsa Família é assim, Ana Maria. Tem uma parte que é fixa e a outra varia conforme a quantidade de filhos. O que nós estamos fazendo? Nós vamos mudar a situação, nós vamos privilegiar cada vez mais a mulher recebendo pela quantidade de filhos que tem. Nós vamos reajustar a parcela relativa à quantidade de filhos. Porque também, quanto mais pobre a família, e quase 34%, 35% das famílias mais pobres têm como chefe, mulher.”

Quando a presidenta Dilma tratava desse assunto com a apresentadora Ana Maria, o quadro trouxe uma questão da ex-senadora Marina Silva, que disputou a Presidência da República, em outubro do ano passado. A ex-senadora indagou sobre “quais são as políticas voltadas para a inclusão produtiva das mulheres para que estas também possam ter aquilo que chamam de igualdade de oportunidades tanto para elas quanto para seus filhos?”

“Era disso que a gente estava falando. Muito boa pergunta da Marina… Eu tenho certeza de que uma política de erradicação da pobreza, ela tem de ser focada na mulher e na criança. Nas famílias chefiadas por mulheres, quanto mais pobre a família, maior o número de famílias chefiada só pela mulher. Por que a gente foca na mulher? Quem recebe o Bolsa Família é a mulher. Por quê? Porque a gente sabe que a mulher não vai pegar o dinheiro e dar uma passada no bar e tomar umas e outras. A gente sabe disso, o próprio homem sabe disso. Por quê? Porque a mãe dele cuidou dele e ele sabe que a mãe é isso, então privilegiar a mãe.”

E prosseguiu: “Outra política que nós vamos centrar… a gente tem um programa, Ana Maria, que se chama Minha Casa, Minha Vida, de zero a três salários mínimos. A gente vai exigir que quem… mesmo quando a mulher tem um companheiro, quem tenha a titularidade do imóvel é a mulher mãe porque também ela jamais vai passar o imóvel dela para frente, que é o local em que ela vai ter o seu filho e vai protegê-lo. E uma terceira coisa importantíssima: não sei se você sabe que quem abre mais pequenos negócios é a mulher.”

Neste instante, a presidenta Dilma disse que pensa na criação de “um ministério de pequenas e médias empresas, micro, para ter crédito.” E acrescentou: “Porque você não pode exigir o mesmo tipo de tratamento de uma grande empresa ou de uma média e de uma micro. Você não pode fazer isso. A cabeleireira , por exemplo, você tem uma cabeleireira, você tem, além disso, você tem uma série de atividades que a mulher, ela é especialista, ela é ótima também na indústria de alimentação. Ela é capaz, por exemplo, de fazer uma quentinha e distribuir, ela é capaz de vender… enfim… nós vamos dar… dar suporte para que isso ocorra de uma forma”.
No decorrer da conversa, a presidenta Dilma explicou sobre a criação da política que permite reajustar o salário mínimo, dando visibilidade ao trabalhador, e do programa que instituiu a distribuição de medicamentos para quem tem problema de hipertensão e diabetes. A presidenta tratou de questões pessoais e contou também momentos em percebeu que seria escolhida pelo ex-presidente Lula para disputar a sua sucessão e expressou o sentimento no momento da posse, quando subiu a rampa do Palácio do Planalto e instantes depois, na sequência da cerimônia, iria se despedir daquela pessoa com quem compartilhou os mais importantes momentos do governo.

Fonte: Blog do Planalto.

COMO SERÁ A POSSE DA PRIMEIRA MULHER PRESIDENTE

Polícia Federal convoca atiradores de elite e tropa especial para o dia em que Dilma receberá a faixa presidencial. A Polícia Federal vai empregar cerca de 600 agentes na posse da presidente eleita, Dilma Rousseff, em 1º de janeiro, incluindo um grupo de mulheres, que ficará encarregado da escolta no percurso que vai da Granja do Torto aos locais das cerimônias. A pedido de Dilma, a PF vai manter a segurança até após a transmissão do cargo, passando o trabalho, em seguida, ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Normalmente, a troca das corporações é feita na Catedral de Brasília, antes da posse oficial, mas desta vez a mudança ocorrerá no Congresso.
O efetivo utilizado pela Polícia Federal é um dos maiores para cerimônias do gênero. Somente em visitas de autoridades estrangeiras de grande notoriedade — como ocorreu com o papa Bento XVI, em 2007 — o número de agentes é reforçado. Dos cerca de 600 policiais, parte será usada na escolta dos visitantes, com atenção especial à secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Nesse caso, a PF apenas reforça a segurança, que fica por conta do Serviço Secreto dos Estados Unidos.

Até a semana passada, além de Hillary, estavam confirmadas as presenças dos chefes de Estado da Venezuela, do Chile, do Uruguai, do Peru, da Bolívia, da Colômbia, de El Salvador, da Argélia, do Gabão, de Guiné e da Guatemala, além de um representante da Espanha e do ex-primeiro-ministro japonês Taro Aso. Todos receberão escolta da PF, mas alguns visitantes estrangeiros terão um esquema especial, caso seja requisitado. Até agora, no entanto, a Polícia Federal não recebeu pedidos nesse sentido, a não ser em relação a Hillary Clinton.

Atiradores

Durante a semana, delegados da PF definiram o esquema de segurança, que contará com helicópteros da Coordenação de Operações Aéreas (Caop) e agentes do Comando de Operações Táticas (COT), a elite da Polícia Federal. A corporação usará atiradores de elite postados em pontos estratégicos da Esplanada dos Ministérios.
Outros agentes ficarão espalhados na Esplanada, que terá um posto da PF, onde estarão os comandos da operação de posse. O último treinamento do grupo ocorrerá no domingo, provavelmente às 14h30. O efetivo será formado por policiais da Superintendência do Distrito Federal e será reforçado com pessoal de outros estados e pelas divisões especiais, como o COT e o setor de operações aéreas.

A escolta da Polícia Federal deveria deixar Dilma na Catedral, como ocorreu com outros presidentes, mas a presidente eleita pediu para manter o grupo de agentes — o mesmo que a acompanha desde as eleições — até o momento em que for empossada. Esta será a primeira vez em que a PF faz a segurança total de um presidente eleito até sua posse. Em outros momentos, o GSI e a Polícia Federal determinam um ponto — geralmente a Catedral— para que o Gabinete de Segurança Institucional receba o novo chefe do Executivo.

O procedimento foi adotado na cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, com um diferencial. Na ocasião, os agentes do GSI foram buscá-lo na Granja do Torto, causando constrangimento nos policiais federais que o escoltavam desde a eleição.

Escolta

A Polícia Federal faz a escolta dos candidatos a partir do momento em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aceita o registro. Todos recebem escolta por 24 horas, com as despesas pagas pelo próprio governo. O efetivo usado é definido de acordo com o candidato. A PF colocou à disposição dos dois principais que disputaram as eleições presidenciais deste ano, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), em torno de 15 agentes, comandados por um delegado. A escolta acompanha o eleito até o dia da posse.

THE INDEPENDENT ACHA QUE DILMA ROUSSEFF SERÁ MAIS PODEROSA QUE A ANGELA MERRKEL E HILLARY CLINTON




A mulher mais poderosa do mundo surgirá no próximo final de semana.

Encorpada e cheia de força aos 63 anos, a ex-líder da resistência de uma ditadura militar (que a torturou) apoiada pelo Ocidente está se preparando para assumir seu lugar como presidenta do Brasil.

Como chefe de Estado, a presidenta Dilma Rousseff seria superior a Angela Merkel, chanceler da Alemanha, e Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA: seu enorme país, com 200 milhões de pessoas está em festa com a nova riqueza: o petróleo. A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com a da China, é tal que a Europa e Washington podem somentar invejar.

Sua ampla vitória prevista no pleito presidencial do próximo domingo será comemorado com prazer por milhões. Marca a destruição final do "Estado de segurança nacional", um arranjo que governos conservadores, nos EUA e Europa, tinham como seu melhor artifício para limitar a democracia e as reformas. Esse artifício alimentou um estado em decomposição que manteve uma vasta maioria na pobreza na América Latina, enquanto favorecia seus amigos ricos.

Rousseff, filha de um imigrante búlgaro e de uma professora, beneficiou-se em ser, na realidade, a primeira-ministra do imensamente popular, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-líder sindical. Mas com um histórico de determinação e sucesso (que inclui aparentemente ter vencido um câncer linfático), essa esposa, mãe, e avó será mulher de si mesma. As pesquisas dizem que ela construiu uma vantagem indiscutível - de mais de 50% comparado com os 30% - sobre seu oponente mais próximo, um homem depressivo do centro chamado José Serra. Poucos duvidam que ela se instalará no Palácio Presidencial da Alvorada em Brasília em janeiro de 2011.

Como o presidente José Mujica do Uruguai, vizinho do Brasil, Rousseff não se vergonha de seu passado de guerrilheira urbana que incluiu lutar contra os generais e passar um tempo na prisão como prisioneira política. Enquanto garotinha crescendo na cidade provincial de Belo Horizonte, ela diz ter sonhado sucessivamente em se tornar uma bailarina, bombeira, e trapezista. As freiras na sua escola levaram a sua turma para a área pobre da cidade para mostrar aos alunos as lacunas entre a minoria de classe média e a vasta maioria de pobres. Ela se lembra que quando um jovem pedinte com olhos tristes foi à porta da casa de sua família ela rasgou uma cédula ao meio e dividiu com ele, não sabendo que metade de uma nota não tinha valor.

Seu pai, Pedro, morreu quando ela tinha 14 anos, mas a essa altura ele já tinha lhe apresentado os romances de Zola e Dostoievski. Após isso, ela e seus irmãos tiveram de trabalhar duro com sua mãe para fazer face às despesas. Aos 16, ela estava na POLOP (Política dos Trabalhadores), um grupo desligado do tradicional Partido Comunista Brasileiro que procurava trazer o socialismo para aqueles que pouco sabiam sobre isso.

Os generais tomaram o poder em 1964 e decretaram o reino do terror para defender o que chamavam de "segurança nacional". Ela ingressou os grupos radicais secretos que não viam nada de errado em empunhar armas contra o regime militar sem legitimidade. Além de mimar os ricos e acabar com os sindicatos e as pessoas de classe mais baixa, os generais censuravam a imprensa, proibindo os editores que deixassem lacunas nos jornais e mostrar onde as notícias tinham sido apagadas.

Roussef acabou entrando na clandestina VAR-Palmares (Vanguarda Revolucionária Armada dos Palmares). Nos anos 1960 e 1970, os membros de tais organizações sequestravam diplomatas estrangeiros por resgate: um embaixador dos EUA foi trocado por uma dúzia de prisioneiros políticos; um embaixador alemão foi trocado por 40 militantes; um emissário suíço foi trocando por 70. Eles também atiraram em peritos em tortura estrangeiros, enviados para treinar os esquadrões da morte dos generais. Embora ela diga que nunca tenha usado armas, ela foi eventualmente presa e torturada pela polícia secreta no equivalente do Brasil ao Abu Ghraib, a prisão Tirandentes em São Paulo. Ela foi sentenciada a 25 meses por "subversão" e libertada após três anos. Hoje ela abertamente confessa ter "desejado mudar o mundo".

Em 1973, ela se mudou para o próspero estado sulista do Rio Grande do Sul, onde seu segundo marido, Carlos Araújo, advogado, estava complementando um período de 4 anos como prisioneiro político (seu primeiro casamento com um jovem da esquerda, Claudio Galeno, não sobreviveu à tensão de duas pessoas vivendo em cidades diferentes). Ela voltou para a universidade, começou a trabalhar para o governo do estado em 1975 e teve uma filha, Paula.

Em 1986, ela foi nomeada diretora financeira de Porto Alegre, capital do estado, onde seus talentos políticos começaram a florescer. Os anos 1990 foram agridoce para ela. Em 1993 ela foi nomeada secretaria de energia do estado, e proporcionou o vasto aumento da produção de energia, garantido que o estado fosse poupado dos apagões de energia que assolavam o resto do país.

Ela construiu 1.000 km de novas linhas de energia elétrica, novas represas e estações termais de energia, ao mesmo tempo em que persuadia os cidadãos a apagar as luzes quando pudessem. Sua estrela política começou a reluzir brilhantemente. Mas em 1994, após 24 anos juntos, ela se separou de Araújo, embora aparentemente em bons termos. Ao mesmo tempo, ela estava dividida entre a vida acadêmica e a política, mas sua tentativa de adquirir o doutorado em Ciências Sociais falhou em 1998.

Em 2000, ela se projetou junto a Lula e seu Partido dos Trabalhadores, que passou a mirar com sucesso a combinação de crescimento econômico com um ataque à pobreza. Os dois imediatamente se deram bem e ela se tornou sua primeira ministra de energia em 2003. Dois anos depois ele a nomeou chefe da Casa Civil e tem apoiado-a como sua sucessora. Ela estava ao seu lado quando o Brasil descobriu vastas reservas de petróleo no mar, ajudando o líder, o qual muitos na mídia europeia e americana denunciavam há uma década ser um provocador de naufrágios da extrema esquerda, a tirar 24 milhões de brasileiros da pobreza. Lula esteve ao seu lado em abril do ano passado quando ela foi diagnosticada com câncer linfático, uma condição que tinha sido considerada sob controle há um ano. Relatos recentes de irregularidades financeiras entre sua equipe não parecem ter danificado sua popularidade.

Roussef deve provavelmente convidar o presidente Mujica, do Uruguai, para sua posse. O presidente Evo Morales da Bolívia, Hugo Chavez da Venezuela, e Fernando Lugo do Paraguai, outros líderes sul-americanos bem-sucedidos como ela, intemperizados com campanhas de difamação impiedosas pela mídia ocidental, também devem estar lá. Será uma celebração de decência política, e feminismo.


Representação feminina: O lugar de uma mulher...é no governo!

Nos anos recentes, representação política feminina esteve em crescimento significante, com mudanças dramáticas tendo ocorrido em cantos inesperados do globo. Em alguns países, as mulheres estão dominando gabinetes e até mesmo câmaras parlamentares. Em comparação, o Reino Unido está atràs, com apenas 22% de assentos na Assembléia sendo ocupados por mulheres.



Bolívia: No gabinete boliviano, 10 homens agora são acompanhados por 10 mulheres. Em 2009, as mulheres ganharam 25% dos assentos na câmara menor, e 47% na câmara superior.


Costa Rica: Em 2010, as mulheres ganharam 39% dos assentos na câmara menor.


Argentina: Em 2009, mulheres ganharam 30% dos assentos na câmara menor e 47% na câmara maior.


Cuba: Em 2009, mulheres ganharam 41% dos assentos na câmara menor.


Rwanda: Em 2009, mulheres ganharam 56% dos assentos na câmara menor, e 35% na câmara maior.


Moçambique: Em 2009, mulheres ganharam 39% dos assentos na câmara menor.


Angola: Em 2009, mulheres ganharam 38% dos assentos na câmara menor.


Suíça: Possui uma mulher-líder do gabinete pela primeira vez. Em 2007, mulheres ganharam 29% dos assentos na câmara menor.


Alemanha: Em 2009, o gabinete tinha seis mulheres e 10 homens. As mulheres ganharam 33% dos assentos na câmara menor.


Espanha: Nove mulheres, comparado com oito homens no gabinete. Em 2008, mulheres ganharam 37% dos assentos na câmara menor.


Noruega: Quantidade igual de homens e mulheres no gabinete. Mulheres ganharam 40% dos assentos na câmara menor.


Dinamarca: Nove mulheres e 10 homens no gabinete. Em 2007, mulheres ganharam 23% dos assentos na câmara menor.


Holanda: Três mulheres e nove homens no gabinete. Em 2010, mulheres ganharam 41% dos assentos na câmara menor.


Por Charlotte Sewell

COM PT BRASIL ESTA NO TOPO DO MUNDO, DIZ JORNAL BRITÂNICO

Jornal britânico diz que Brasil vive milagre econômico


O bom momento econômico do Brasil é tema de uma reportagem de duas páginas publicada nesta sexta-feira pelo diário britânico The Independent. Sob o título "No topo do mundo", o correspondente do diário em São Paulo, David Usborne, afirma que "não é possível passar um dia no Brasil sem sentir os milagres econômicos que acontecem" no país.

A reportagem ocupa as duas páginas centrais do jornal, acompanhada de uma grande foto da estátua do Cristo Redentor no Corcovado, de outra com torcedores acompanhando uma partida da seleção brasileira de futebol e de uma terceira com o presidente Lula em sua recente viagem ao Quênia. Ainda assim, a reportagem afirma que o Brasil "é um país que se moveu para longe dos clichês de sua marca internacional".

"Brasília está agonizando sobre como manter o controle sobre seu boom econômico, enquanto o resto de nós (na Europa) está brigando sobre os respectivos benefícios da austeridade para cortar o déficit versus os gastos para estimular a economia", observa o jornalista.

A reportagem comenta ainda a proximidade das eleições presidenciais deste ano, em outubro, citando as pesquisas que apontam uma disputa acirrada entre a ex-ministra Dilma Rousseff, candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra o ex-governador de São Paulo José Serra.

O jornal diz que o próximo presidente vai herdar um país em plena efervescência, com a perspectiva da realização da Copa do Mundo de 2014, da Olimpíada de 2016 e da exploração das vastas reservas de petróleo em águas profundas.

Apesar disso, o jornal adverte que ainda é possível encontrar "muitas pessoas sensatas" no Brasil dispostas a identificar problemas, como a falta de investimentos em infraestrutura e em educação ou a burocracia e o sistema tributário complexo.

O texto lembra que o Brasil permanece um dos países com a maior desigualdade entre ricos e pobres, segundo o Banco Mundial, mas observa que essa diferença caiu durante o governo Lula.

"É verdade que as favelas, com esgotos a céu aberto, armas e drogas, permanecem uma característica da paisagem urbana, especialmente no Rio de Janeiro, onde será necessária mais do que uma plástica antes dos Jogos de 2016", diz o jornal. "Mas o número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza caiu durante os dois mandatos de Lula de 50 milhões para 30 milhões", complementa o texto.

A reportagem diz ainda que o Brasil teve sorte em encontrar petróleo e em sua aproximação com a China, além da estabilidade econômica conquistada no governo anterior, do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Por fim, o jornal adverte que, apesar de todos esses sinais positivos, o futuro do país não está garantido. Segundo o texto, alguns economistas advertem para uma possível bolha de crescimento que estaria se formando principalmente por conta da entrada de uma grande quantidade de capital estrangeiro e do fortalecimento do real. (do Jornale e The Independent).

Por: Zé Augusto

Secretário-geral da ONU diz que Fome Zero e Bolsa Família são exemplos para outros países e convida Lula para reuniões de cúpula

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, revelou hoje ter convidado o presidente Lula para discursar numa reunião de cúpula sobre as Metas de Desenvolvimento do Milênio para redução da miséria, das doenças e da fome. O encontro ocorrerá em setembro, paralelamente à sessão anual da Assembleia Geral da ONU.Ban Ki-moon está no Brasil para participar do 3º Fórum da Aliança de Civilizações, que tenta construir laços entre diferentes culturas. Ele visitou favelas onde há projetos sociais apoiados pela ONU.

Em entrevista exclusiva à TV Brasil, o ex-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul contou ainda ter convidado o presidente para copresidir um painel sobre sustentabilidade global com propostas para a Conferência Rio + 20.
Essa nova cúpula da terra, marcada para 2012, vai revisar a aplicação dos acordos assinados na Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92. Leia a seguir, os principais trechos da entrevista:


TV Brasil: Há risco de guerra na Península Coreana?


Ban Ki-moon: Estou preocupado com a tensão crescente entre as Coreias do Norte e do Sul. A ONU monitora atentamente a situação. Todas as questões entre os dois países devem ser resolvidas pacificamente, com diálogo. Ao mesmo tempo, espero que o Conselho de Segurança tome as medidas necessárias para acalmar a situação.


TV Brasil: Como resolver definitivamente, de forma pacífica, a crise sobre o programa nuclear iraniano?


Ban Ki-moon: A questão nuclear iraniana é uma grande preocupação da comunidade internacional. Eu elogio a iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro Tayyp Erdogan, da Turquia, para resolver pacificamente o problema por meio de negociações. Se o Acordo de Teerã for apoiado pela Agência Internacional de Energia Atômica e pela comunidade internacional, pode ser um passo positivo para resolver a questão pacificamente. Ao mesmo tempo, estou preocupado porque o governo iraniano anunciou que vai continuar enriquecendo urânio a 20%. Espero sinceramente que os iranianos cumpram todas as obrigações impostas pelas resoluções do Conselho de Segurança da ONU e provem que o programa nuclear do país é exclusivamente para fins pacíficos, e não militares. Claramente, há falta de confiança no Irã.


TV Brasil: O Brasil gostaria de ser membro permanente do Conselho de Segurança depois de uma reforma da ONU. Quais suas expectativas sobre a reforma da ONU?


Ban Ki-moon: Sei da aspiração do Brasil em se tornar um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Os países-membros da ONU estão dando passos importantes nessa reforma. Já houve várias rodadas informais de negociação. Acredito que, em breve, os países-membros se engajem em discussões com base em um anteprojeto. O embaixador do Afeganistão está compilando ideias e propostas. Espero que os países-membros cheguem logo a um acordo sobre a reforma.


TV Brasil: Como o Brasil, com seus programas sociais, pode contribuir com a ONU no combate à miséria, à fome e a doenças, especialmente na África?


Ban Ki-moon: Resolver esses grandes desafios africanos, a pobreza absoluta, doenças, educação, todos eles são grandes prioridades da comunidade internacional. Em 2000, os líderes mundiais estabeleceram as Metas de Desenvolvimento do Milênio para serem atingidas até 2015. Só nos restam mais cinco anos. Por isso, estou convocando uma reunião de cúpula sobre as metas do milênio para setembro, na época da sessão anual da Assembleia Geral da ONU. Eu elogio o progresso do governo brasileiro no combate à pobreza absoluta com programas como o Fome Zero e o Bolsa Família, iniciativas muito boas tomadas pelo presidente Lula. Espero sinceramente que muitos países-membros aproveitem o exemplo. Convidei o presidente Lula para discursar durante esse encontro de cúpula e ele gentilmente aceitou o convite.


TV Brasil: A sociedade internacional vai esquecer o Haiti mais uma vez?


Ban Ki-moon: Não, de jeito nenhum. A paz, a reconstrução e o desenvolvimento do Haiti estão entre as grandes prioridades da ONU. Mais uma vez, o Brasil está na vanguarda, liderando esta campanha não apenas financeiramente, mas fornecendo soldados, policiais e o comandante da força de paz da ONU no Haiti. O Brasil foi o primeiro dos grandes países doadores a depositar a ajuda financeira no Banco Mundial. O ex-presidente Bill Clinton e o primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive, são copresidentes da comissão de reconstrução. Em 31 de março, a comunidade internacional prometeu US$ 9,9 bilhões para a reconstrução do Haiti. Vamos construir um Haiti melhor. É nosso compromisso.


TV Brasil: Qual o papel do Brasil no Diálogo de Civilizações?


Ban Ki-moon: O Brasil pode dar uma grande contribuição. O Brasil é uma mistura de povos. É um dos países que mais podem contribuir para a aliança de civilizações. Temos de estar preparados para maior compreensão e entendimento das tradições, das culturas e das civilizações dos outros. É preciso pensar nos outros antes mesmo de pensar em si e em nós. Esta é a filosofia básica. Em muitos casos, o extremismo e a violência vêm do medo e do desconhecimento dos outros. O medo vem da ignorância em relação aos outros. Isso pode ser superado pela educação, sobretudo dos jovens. As futuras gerações devem viver um mundo com mais paz e harmonia, sem ódio no coração nem suspeitas em relação aos outros. O Fórum da Aliança de Civilizações aqui no Rio é um exemplo disso e da liderança do Brasil.


TV Brasil: O senhor está otimista com as negociações para combater o aquecimento global?


Ban Ki-moon: Esta é outra grande prioridade. Nenhuma solução será encontrada sem a participação do Brasil, que tem o ecossistema mais importante do mundo, com suas florestas e fontes de energia renováveis. Agradeço o empenho do presidente Lula nesta questão, especialmente na contribuição que deu na Conferência de Copenhague. Estamos trabalhando arduamente. Primeiro, para dar apoio financeiros para os países em desenvolvimento se adaptarem. E também para criar uma economia com uso de energia mais eficiente. Convidei o presidente Lula para ser copresidente do painel de alto nível sobre sustentabilidade global. O Brasil vai sediar a Conferência Rio + 20, em 2012, 20 anos depois da Conferência do Rio. Esse painel deve dar uma contribuição importante.

Com Agência Brasil
TV Brasil: O presidente Lula seria um bom secretário-geral da ONU?


Ban Ki-moon: Ouvi essas especulações. O presidente Lula é um dos líderes globais mais importantes, mas eu não posso comentar esse assunto. O posto é um enorme desafio. É preciso enfrentar inúmeros problemas globais e regionais. Eu desejo a ele boa sorte.


ELEIÇÕES 2010 - O SILÊNCIO DE UM COVARDE

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), optou por um silêncio estratégico na discussão em torno dos projetos do pré-sal que tramitam no Congresso. Pré-candidato à Presidência da República, o tucano acompanha a discussão por meio das lideranças do seu partido no Senado, mas sem se posicionar publicamente sobre os rumos do debate. Às vésperas de lançar candidatura de oposição ao Palácio do Planalto, Serra evita a todo custo polêmicas que possam servir de munição para os seus adversários na eleição. E a discussão sobre os royalties do petróleo é uma dessas cascas de banana com poder fortemente inflamável.

Governador de um Estado produtor, Serra poderia engrossar o coro dos descontentes, alinhando-se, por exemplo, ao clamor do Rio e do Espírito Santo, que querem evitar mudanças no critério de distribuição de áreas já licitadas. Mas os governadores fluminense e capixaba não aspiram a uma cadeira no terceiro andar do Palácio do Planalto. Portanto, podem comprar uma briga com os demais Estados brasileiros. Já Serra...


O silêncio tem como único objetivo evitar desgaste político com os demais Estados num assunto que já é suficientemente polêmico em ano não eleitoral - em época de disputa presidencial, o tema ganha potencial extremamente explosivo.

A avaliação no PSDB é que um posicionamento público sobre a questão poderia trazer mais prejuízos políticos que contribuições ao debate. O plano tucano é não atiçar a ira dos demais Estados e tentar jogar a discussão para depois da eleição, preferencialmente para o ano que vem. Aliás, quando questionado sobre o tema no passado recente, Serra disse em mais de uma ocasião que a discussão deve ser feita com profundidade, não a toque de caixa.

"Estamos muito preocupados com essa questão, principalmente com a partilha inadequada em ano eleitoral. Essa discussão está sendo conduzida de forma inadequada e atrapalhada por razões eleitorais", afirmou o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Único dos senadores por São Paulo cujo partido compõe a base governista de Serra, Romeu Tuma, do PTB, nem chegou a conversar com o governador sobre o assunto. Pediu orientação ao secretário de Finanças paulista, Mauro Ricardo, mas ainda não obteve resposta, o que mostra a cautela com que o assunto é tocado pelo Palácio dos Bandeirantes.Com informações do Estado
Interessa a São Paulo a discussão sobre a repartição dos recursos do pré-sal a serem prospectados no litoral paulista. Mas, independentemente disso, a orientação é arrastar o assunto para depois das eleições. Empurrar com a barriga, na definição de um tucano. Falta combinar com os russos. O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), tornou-se o porta-voz na guerrilha contra a proposta do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), que propõe a divisão dos royalties do petróleo entre todos os municípios. Ontem, questionado sobre a posição discreta de São Paulo, Cabral deixou no ar crítica ao governador paulista. Disse que não iria "fulanizar" o debate, portanto não nomearia quem está "contra, a favor ou em cima do muro". Nem precisava dar nomes.

Por: Helena ™

Novo valor do Bolsa Família começa a ser pago em setembro

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o novo valor do Bolsa Família começará a ser pago a partir de setembro. No entanto, ele não adiantou qual será o percentual de reajuste do benefício. “Até o final deste mês ou comecinho de agosto, [o índice de aumento] vai estar resolvido.”

No início de julho, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, já havia informado que o governo avalia vários cenários para conceder o reajuste. Ela disse também que o governo estuda uma política permanente de reajuste para o programa.

Atualmente, o Bolsa Família beneficia cerca de 11 milhões de famílias e a estimativa é de que chegue ao final do ano com mais de 12 milhões de famílias.

Por Yara Aquino